domingo, 21 de dezembro de 2008

Vulcao Pacaya

Mais uma experiencia espectacular... esta vai ficar na memoria por um longo periodo...

Desde Antigua, fiz um tour ate um vulcao activo, o Pacaya.

Saimos de Antigua e, depois de cerca de 2h de autocarro, chegamos a uma pequena povoacao onde somos submergidos por miudos (entre os 5 e os 12 anos) que nos tentam "vender" bordoes, para a caminhada ate ao sope do volcao, ou lanternas. "Vender" porque no final do trek la estao eles a pedir os bastoes de volta para o grupo seguinte. Regateio um e la consigo convencer o miudo a dar-me um por 1 quetzal (que nem tem expressao significativa em Euro), com a promessa que, quando voltar para baixo, lho devolvo. Diz-me para procurar por ele. Chama-se Luis.

Comecamos a subir e tomo a dianteira do grupo, para nao ir a comer o po dos outros (e que o caminho e de terra e o arrastar de muitos pes levanta grandes nuvens de po). Para alem dos miudos aparecem agora de todo o lado guatemaltecos montados a cavalo a oferecerem os seus servicos de "taxi", para levar as pessoas ate la acima. Caminhamos inicialmente no meio de vegetacao espessa. Passado um pouco, subitamente, a vegetacao desaparece e comecamos a caminhar em cima de cinza vulcanica.

Subitamente, depois de uma curva, o colosso! O Vulcao Pacaya, castanho escuro, com nuvens de fumo espesso no topo e uma linha branca de camisolas de turistas a percorre-lo de alto a baixo. Subimos agora pela parte mais ingreme. Da-se um passo, escorrega-se meio. Os pes enterram-se na areia e tornam dificil a ascencao. Tento colocaros meus pes em cima das pegadas ja existentes e das pequenas rochas que pontualmente surgem, e mais firme e nao resvalo tanto. ha um engarrafamento de pessoas a subir. O vulcao mede 2600 metros, mas nao se pode subir ate apo topo, o maximo a que vamos e 2300 metros. Chego la acima. Fico deslumbrado. De um buraco no chao brota, lentamente, mas continuamente, um rio de lava. Caminho em cima de lava solidificada. testo o chao com o bastao. Pontualmente noto o som oco que faz, recordando-me que estou numa capa solida de alguns centimetros, sobre uma fornalha oculta. A propria rocha emana um agradavel calor. Tiro as primeiras fotos. Mais a frente, tento com o bastao levantar um pouco de lava, sem sucesso. Demasiado espessa, demasiado pessada. Bato em retirada. O calor queima-me a cara. Estou a cerca de 1,60 metros do rio de lava, sem guardas, sem vedacoes, sem seguranca. Se quisesse podia atirar-me la para dentro, ninguem me iria impedir. Sao as vantagens de estar num pais de terceiro mundo. Comeca a anoitecer. Ao longe, um outro vulcao decide dar o ar de sua graca e expele umas baforadas de fumo. Alguns grupos de turistas comecam a descer. Aproveito um saco de marshmallows que alguem ia mandar fora. Tambem eu asso alguns numa falha aberta no chao onde e possivel ver o vermelho da lava, subterranea. E denoite. Todos os grupos foram embora, menos o nosso. Ultimos a subir, ultimos a descer. O guia sugere que comecemos a descer. Guardo-me para ultimo. Vejo agora a lava contra um ceu azul escuro, com as primeiras estrelas a aparecerem sobre a minha cabeca. Nao sobram mais do que 6 ou 7 pessoas no topo. A propria rocha aquece o ar frio da noite e nao sinto necessidade de vestir o casaco, nem mesmo com o vento frio que entretanto comeca a soprar. Tambem eu inicio a descida. Rapida. Um passo, o pe enterra-se na areia e deslizo o equivalente a 2 ou 3. A minha frente uma senhora desequilibra-se e cai. Ajudo-a a levantar-se e dou-lhe o braco. Vem amparada a mim ate uma zona menos ingeme onde um cavalo espera para a levar para baixo. Desco sozinho agora. A maioria do grupo que seguiu a minha frente esta fora do meu alcance visual. Atras de mim alguns mais atrasados e os cavalos. Volto-me para tras e vejo uma paisagem monumental. A sombra negra do vulcao recortada contra o ceu escuro da noite. Invisivel durante a subida devido a demasiada claridade, e agora claramente perceptivel um rio de lava, com cerca de 100 metros de comprimento, a descer a encosta da montanha. Nao consigo resistir, tambem eu preciso de rebentar. Extasiado, dou 2 ou 3 gritos. Continuo a descida. Passam por mim dois ou tres grupos de pessoas (todos ocidentais), no sentido inverso. Sera que vao passar a noite la em cima? Deve ser espectacular! Desco. Pontualmente viro-me para tras para testemunhar o espectaculo oferecido: a lava a descer pela encosta abaixo, pontualmente uma rocha incandescente adiante-se as demais e rebola, rebola... Voltamos a parte da vegetacao. O grupo todo reune-se novamente. Descemos em fila agora. Chegados a povoacao, recuso o pedido de devolver o bastao de 3 ou 4 criancas. Procuro o Luis. Brinco com ele a tentar vender-lhe o bastao. Volto para o hostel cansado, mas feliz e com um enorme brilho interno.

Foi uma experiencia simplesmente magica. A Mae Natureza no seu melhor. A criacao ao vivo, em directo e a cores...

4 comentários:

  1. Adorei as fotografias..lindo!!!
    Continua..
    FELIZ NATAL!
    beijo
    m

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  2. Bem Kiko isso k estás a viver é demais mesmo!
    Lindoooo!!!!

    Beijokas e Bom ano da Xana, Jorge e Bela

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  3. Que lindo!!! Mto fixe msmo!!! Estou c vontade de fazer o mesmo!! Beijinhos!! MMR

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  4. hi quico, the pictures are sooooo beautiful!!! if you have the chance, please publish more... even though i can't understand so much from your blog, it's always great to try and read and to look at the fantastic pictures.

    hope you're having a great time.
    i am back home again, book by first worktrip for the year today. i am going to indonesia and malaysia at the end of next week. so there is no time to get lazy!

    take care and have fun // charlotte

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