quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Guatemala - San Salvador - Honduras - Nicaragua - Costa Rica

Ufa... 36 horas, 5 paises, 8 controlos fronteiricos...

Sai de Antigua direccao a Cidade da Guatemala, sem problemas, cheguei la com tempo de apanhar o autocarro ate San Salvador, El Salvador. Saimos de la as 15h e depois de uma rapida passagem pela fronteira da Guatemala (onde o hospedeiro do autocarro levou os documentos de todas as pessoas numa mao, e um saco com refrigerantes na outra), atravessamos para El Salvador. Tambem aqui a fronteira decorre sem problemas. Chegamos ao terminal em San Salvador a hora exacta a que estava marcada, 20 horas. Ena, esta companhia e boa, pelo menos e pontual...

Fico na sala de espera do terminal de autocarros pelo transporte que nos leve de San Salvador ate ao destino final de San Jose, na Costa Rica. Como o autocarro partia as 3h da manha, nao achei necessario ir para um hotel.

As 3h da manha comeca o check in para o novo autocarro, para o qual embarcamos quase uma hora depois (entao o que aconteceu a pontualidade da vespera?). O mais comico foi ver que a minha mochila estava a entrar num autocarro e que a mim me tinham destinado outro... la fui rectificar o erro e trazer a minha mochila para o meu autocarro.

Fronteira El Salvador (saida) sem problemas. Fronteira Honduras (entrada) tivemos que sair e ir mostrar a bagagem na emigracao. Com algum cuidado consigo esconder o cabo da catana. Nao quero ser apanhado com ela, nao que me facam nada, podem e tirar-ma. Tudo OK, sem problemas, continuamos viagem. Ainda comprei uns biscoitos na fronteira e tudo. Nas Honduras veem-se casas com telhados de telha de barro! Algumas de chapa de zinco, algumas de placa de cimento, mas muitas com telhas. Ja nao via disto a algum tempo (acho que desde que sai de Portugal) - nos EUA sao placas de linoleo, ou coisa parecida, e nos outros paises o que domina e o zinco, as placas de cimento, ou os telhados de colmo. Continua o arame farpado, as grades nas janelas e portas e as vedacoes/portoes altos.

Fronteira Honduras (saida), sem problemas. Fronteira Nicaragua (entrada) sem problema. Chegamos a Managua, ao terminal dos autocarros. Sem ninguem saber muito bem porque ficamos cerca de 2h la a espera de um suposto autocarro. Suposto porque acabamos por nos virmos embora sem aparecer nenhum autocarro, mas com um atraso... 2 horas.

Fronteira Nicaragua (saida). Chegamos a fronteira ja depois de ter escurecido. Sem saber porque existem 3 filas de transito em que nos vamos na do meio, a da esquerda vai no mesmo sentido, e a da direita tambem. Entao e os carros no outro sentido? Por vezes nos afastavamo-nos para a direita para deixar passar alguns ou camioes. Mal passavam, retomavamos a faixa e la vamos nos... Mal saio do autocarro, olho para o lado direito e vejo uma vaca. O que??? Exacto, uma vaca, sozinha, no meio dos autocarros e dos camioes. Uma vaca! Que segue tranquilamente a sua vida, sem que nada nem ninguem a perturbe. Esperamos. Algo que deveria ser rapido, supostamente era so carimbar os passaportes, vem a revelar-se uma espera de cerca de 1h30. Entretanto tudo despachado, passaportes carimbados, estamos todos dentro do autocarro, parado quando... o autocarro comeca a abanar. Sozinho. Um condutor de outro autocarro calculou mal as medidas e bateu na esquina do nosso. Era o que faltava. Sai o condutor, la discutem, saem os passageiros, todos querem ir ver. Os farolins traseiros, do lado esquerdo estao todos partidos. O outro condutor nao se quer dar como culpado, e nao quer pagar. Esperamos. Uma hora depois, ja fartos de tudo, o motorista do nosso autocarro e alguns passageiros (eu nao incluido) decidem tirar a chapa matricula do outro autocarro, para poder servir de prova e de elemento de identificacao. Entretanto o motorista do outro autocarro repara e vai chamar a policia da fronteira. La conversam, la se devolve a matricula, la se paga o estrago. Estamos prontos para partir.

Fronteira Costa Rica (entrada), sem problemas... Passaporte na mao, todos temos os nossos carimbos. Mais uns refrigerantes dentro de um saco de plastico evitam as vistorias as bagagens. Estamos prontos para arrancar.

Mais 2 horas de viagem e sou entao deixado numa bomba de gasolina a entrada de Liberia. Hora prevista de chegada - 18 ou 19 horas da tarde. Hora a que desco do autocarro - 23 horas. Sozinho, num pais completamente desconhecido, sem hostal nem sitio onde dormir, as 23h da noite... Por precaucao tirei a minha nova amiga - a catana - e segui com ela dissimulada no braco esquerdo, ocasionalmente montrando-a a alguns transeuntes mais suspeitos. De qualquer maneira, nao se passou nada, encontrei um hostel e deitei-me. Estava mesmo cansado.

Entretanto agora vim passar a Navidad na praia... mais relaxado. Estou em Tamarindo, Costa Rica. Pura vida.

PS - Como curiosidade, a musica que mais me tem acompanhado desde o Mexico ate aqui, e o sucesso do momento, e Daddy Yankee - Llamado de emergencia.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Vulcao Pacaya

Mais uma experiencia espectacular... esta vai ficar na memoria por um longo periodo...

Desde Antigua, fiz um tour ate um vulcao activo, o Pacaya.

Saimos de Antigua e, depois de cerca de 2h de autocarro, chegamos a uma pequena povoacao onde somos submergidos por miudos (entre os 5 e os 12 anos) que nos tentam "vender" bordoes, para a caminhada ate ao sope do volcao, ou lanternas. "Vender" porque no final do trek la estao eles a pedir os bastoes de volta para o grupo seguinte. Regateio um e la consigo convencer o miudo a dar-me um por 1 quetzal (que nem tem expressao significativa em Euro), com a promessa que, quando voltar para baixo, lho devolvo. Diz-me para procurar por ele. Chama-se Luis.

Comecamos a subir e tomo a dianteira do grupo, para nao ir a comer o po dos outros (e que o caminho e de terra e o arrastar de muitos pes levanta grandes nuvens de po). Para alem dos miudos aparecem agora de todo o lado guatemaltecos montados a cavalo a oferecerem os seus servicos de "taxi", para levar as pessoas ate la acima. Caminhamos inicialmente no meio de vegetacao espessa. Passado um pouco, subitamente, a vegetacao desaparece e comecamos a caminhar em cima de cinza vulcanica.

Subitamente, depois de uma curva, o colosso! O Vulcao Pacaya, castanho escuro, com nuvens de fumo espesso no topo e uma linha branca de camisolas de turistas a percorre-lo de alto a baixo. Subimos agora pela parte mais ingreme. Da-se um passo, escorrega-se meio. Os pes enterram-se na areia e tornam dificil a ascencao. Tento colocaros meus pes em cima das pegadas ja existentes e das pequenas rochas que pontualmente surgem, e mais firme e nao resvalo tanto. ha um engarrafamento de pessoas a subir. O vulcao mede 2600 metros, mas nao se pode subir ate apo topo, o maximo a que vamos e 2300 metros. Chego la acima. Fico deslumbrado. De um buraco no chao brota, lentamente, mas continuamente, um rio de lava. Caminho em cima de lava solidificada. testo o chao com o bastao. Pontualmente noto o som oco que faz, recordando-me que estou numa capa solida de alguns centimetros, sobre uma fornalha oculta. A propria rocha emana um agradavel calor. Tiro as primeiras fotos. Mais a frente, tento com o bastao levantar um pouco de lava, sem sucesso. Demasiado espessa, demasiado pessada. Bato em retirada. O calor queima-me a cara. Estou a cerca de 1,60 metros do rio de lava, sem guardas, sem vedacoes, sem seguranca. Se quisesse podia atirar-me la para dentro, ninguem me iria impedir. Sao as vantagens de estar num pais de terceiro mundo. Comeca a anoitecer. Ao longe, um outro vulcao decide dar o ar de sua graca e expele umas baforadas de fumo. Alguns grupos de turistas comecam a descer. Aproveito um saco de marshmallows que alguem ia mandar fora. Tambem eu asso alguns numa falha aberta no chao onde e possivel ver o vermelho da lava, subterranea. E denoite. Todos os grupos foram embora, menos o nosso. Ultimos a subir, ultimos a descer. O guia sugere que comecemos a descer. Guardo-me para ultimo. Vejo agora a lava contra um ceu azul escuro, com as primeiras estrelas a aparecerem sobre a minha cabeca. Nao sobram mais do que 6 ou 7 pessoas no topo. A propria rocha aquece o ar frio da noite e nao sinto necessidade de vestir o casaco, nem mesmo com o vento frio que entretanto comeca a soprar. Tambem eu inicio a descida. Rapida. Um passo, o pe enterra-se na areia e deslizo o equivalente a 2 ou 3. A minha frente uma senhora desequilibra-se e cai. Ajudo-a a levantar-se e dou-lhe o braco. Vem amparada a mim ate uma zona menos ingeme onde um cavalo espera para a levar para baixo. Desco sozinho agora. A maioria do grupo que seguiu a minha frente esta fora do meu alcance visual. Atras de mim alguns mais atrasados e os cavalos. Volto-me para tras e vejo uma paisagem monumental. A sombra negra do vulcao recortada contra o ceu escuro da noite. Invisivel durante a subida devido a demasiada claridade, e agora claramente perceptivel um rio de lava, com cerca de 100 metros de comprimento, a descer a encosta da montanha. Nao consigo resistir, tambem eu preciso de rebentar. Extasiado, dou 2 ou 3 gritos. Continuo a descida. Passam por mim dois ou tres grupos de pessoas (todos ocidentais), no sentido inverso. Sera que vao passar a noite la em cima? Deve ser espectacular! Desco. Pontualmente viro-me para tras para testemunhar o espectaculo oferecido: a lava a descer pela encosta abaixo, pontualmente uma rocha incandescente adiante-se as demais e rebola, rebola... Voltamos a parte da vegetacao. O grupo todo reune-se novamente. Descemos em fila agora. Chegados a povoacao, recuso o pedido de devolver o bastao de 3 ou 4 criancas. Procuro o Luis. Brinco com ele a tentar vender-lhe o bastao. Volto para o hostel cansado, mas feliz e com um enorme brilho interno.

Foi uma experiencia simplesmente magica. A Mae Natureza no seu melhor. A criacao ao vivo, em directo e a cores...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Semuc Champey

Semuc Champey e um tesouro da Guatemala ainda bastante escondido e pouco divulgado. O guia quase nada referia deste local e foi atraves de uns franceses em Tulum que tive conhecimento dele. E sem duvida um dos sitios mais bonitos da Guatemala.

Felizmente ainda nao e um destino de massas, e isso tambem e evidente ao nivel da oferta de estruturas viarias para la chegar e hoteleiras. No entanto vale bem a pena o desvio.

Um rio, piscinas naturais, cataratas... tudo isto num vale estreito, em plena selva. Muito bom. Ah, para quem num post anterior estranho ou facto de eu andar com uma catana digo-vos que aqui e o local indicado para o fazer, porque nunca se sabe quem nos vai aparecer a frente, na estrada, a meio da noite...

Passo a explicar a formacao desta maravilha da natureza. Imaginem um vale, com um rio de caudal elevado a passar la no fundo. O rio tem elevada corrente porque o vale onde passa e bastante estreito. Nisto, a "alguns" anos atras, ha um desabamento e uma quantidade enorme de rocha calcaria cae por cima do leito, formando uma ponte, e subterrando-o. Com o passar dos anos a escorrencia das aguas dos proprios montes, ao passar pela rocha calcaria, macia e facilmente erosiva, comeca a escavar as piscinas naturais, enquanto que o rio passa veloz por baixo de todo este complexo. Resultado: uma ponte natural de cerca de 300 metros de comprimento, cheia de piscinas naturais, e um rio que desaparece debaixo das rochas e volta a aparecer 300 metros abaixo.

Este e o rio...
Aqui e o momento em que desaparece debaixo de terra
Mais abaixo, depois das piscinas, volta a aparecer

Transportes na Guatemala

Autocarro 50 - Gare do Oriente - Alges
Sim, isto e um barco...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Guatemala

E depois das paisagens naturais e das culturas milenares, um pequeno olhar sobre a actualidade.

Ora como ja tinha referido, no Mexico todos olham para os estrangeiros como se tivessem cifroes na testa. So querem e o dinheiro, especialmente se fores gringo (atencao, gringo e apenas o americano, nao e todo o estrangeiro), mas esses tambem gostam de ser enganados, tem tanto dinheiro que nem sabem o que fazer com ele. No Chichen Itza vi um par de americanos a comprarem umas esculturas de madeira de uns motivos maias aos nativos que lhes disseram que custavam 200 pesos (aproximadamente USD20, mas obviamente que ainda tinham de ser sujeitos a negociacao). Como eles so tinham dolares, perguntaram quanto era em dolares. O mexicano tambem nao se fez de esquisito e disse, 200 dolares, o preco e o mesmo, a conversao e igual. Um deles ainda ficou admirado a dizer: "e igual? Ah, nao sabia!". Resultado: pagaram os 200 dolares que se regalaram. Confesso que ainda fiquei a pensar se havia de revelar a falcatrua, mas depois de um bocado... olha, se pagam os 200 dolares e porque podem, e porque nao lhes faz falta. Decerto que dao mais jeito aos nativos. Ate porque o minimo que deveriam fazer ao ir para o estrangeiro era verificar as taxas de cambio. Foram enganados, e bem enganados!

Na Guatemala a situacao e diferente. O pais (ainda) nao vive do turismo como o Mexico, embora comece a ter maior projeccao, e cerca de 70% da populacao (assim mo disseram, que nao o li em lado nenhum) e rural, vive da terra. Por isso mesmo quando tentam vender algo, perguntam uma vez, ao ouvirem a recusa vao-se embora, nao insistem ate a exaustao como no Mexico. Para alem do que ha muitissima menos gente a oferecer/tentar impingir algo. Nesse aspecto e muito mais simpatico.

Quanto a seguranca, posso fazer a distincao na medida em que no Mexico muita gente anda armada, mas nao se veem explicitamente as armas. Tirando quem anda a transportar valores ou a porta dos bancos que tem metralhadoras, de resto nao se ve grande coisa.
Na Guatemala a coisa e diferente. Para alem dos bancos, qualquer loja maiorzita tem um ou dois homens a porta de shot-gun na mao e um cinto com cartuxos. Tambem se ve muita gente na rua com coldres e pistola (tal como em Portugal se ve com a bolsa do telemovel) presos no cinto. Nos meios rurais, e desculpem este aparte, mas a verdade e que estive por alguns dias numa aldeia alheada do resto do pais, quase toda a gente anda de catana na mao. Alias, o Lonely Planet sugeria que, para incursoes nestes meios, especialmente a noite, se arranjasse uma catana apenas pelo efeito dissuasor - eu aceitei esse conselho. E engracado ver que ate de regiao em regiao as necessidades mudam e com isso as ferramentas tambem. Houve quem tivesse comprado uma catana ao pe de Flores, regiao mais de terras cultivadas, e em que as catanas sao mais pequenas. Eu arranjei a minha numa regiao de selva e por isso consideravelmente maior que a outra (o que, confesso, nao e muito vantajoso para guardar/transportar). Mais cedo ou mais tarde tenho que me ver livre dela... pode ser que ainda a consiga vender...

As casas tambem sao diferentes. Nos meios rurais sao quase todas fabricadas em madeira e com telhados de chapa de zinco ou de folhas de palmeira/coqueiro entrelacadas. Nas cidades sao de tijolo de cimento, na maior parte das vezes pintadas, mas sempre com grades nas janelas e nas portas, grandes cadeados e fortes travessas. O arame farpado tambem e presenca assidua.

Omnipresentes sao as Maras, palavra utilizada para designar os gangues. O seu metodo preferido de actuacao e a extorsao: tens uma venda, entao tens de me pagar uma "renda" semanal ou mensal. Se nao pagas, morres. Nao ha ca ameacas, nem enxertos de porrada, nem nada dessas paneleirices. Nao pagas, morres. Ha uma reputacao a manter. Alem disso tambem consta na linha de servicos assaltos, sequestros, assassinos contratados, e muito, muito narcotrafico. E assim que arranjam mais elementos: oferecem droga aos adolescentes, que ficam viciados, e depois sao iniciados no movimento... Por oposicao ha os esquadroes da morte, constituidos maioritariamente por ex-plicias e por ex-militares, que vao fazendo a limpeza do mal da sociedade, e que tem alguma impunidade por parte do poder politico porque, ao fim e ao cabo, sempre vao dando cabo de mais alguns membros das maras. No entanto as Maras estao mais concentradas para a populacao local, deixando os turistas de fora.

Mais coisas: os carros aqui tem, em media, mais de 15 anos. Ha muitos autocarros antigos americanos (school-bus, aqueles com uns 20 metros ou mais, amarelos ou vermelhos) a fazer de autocarro urbano, depois ha as toyotas hiace e similares e mini-buses a fazerem os percursos maiores, nacionais. Finalmente nos meios rurais existem as pick-ups ou ate mesmo as carrinhas de caixa aberta que, atulhadas de mercadorias e de pessoas (para o cobrador e tudo o mesmo e resumem-se na primeira palavra), param a um acenar do braco, e "cabe sempre mais um"...

As estradas que ligam as principais cidades estao asfaltadas, alias, estavam a asfaltar novamente um troco entre Coban e Antigua em que o antigo piso ainda estava (pelos padroes locais) perfeito, mas depois e possivel chegar a uma cidade e as ruas laterais serem todas em terra batida, ou ir para as aldeias e serem ainda piores: cobertas de lama com apenas alguns chuviscos e em que os aluimentos de terra sao frequentes.

De qualquer modo, no geral, considero os guatemaltecos honestos e sinceros. Um povo que espera um futuro melhor numa nacao em pleno desenvolvimento.

PS - Se quiserem que refira algo em particular ou que detalhe ainda mais algum dos temas anteriores, facam favor de pedir.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Tikal

Seria um crime depois de tantos locais nao mostrar umas fotos de umas piramides maias. Estas sao de Tikal, o maior complexo de templos e estruturas da Guatemala e tambem reconhecido como patrimonio da humanidade pela UNESCO.
Divirtam-se...









E tambem alguma da fauna que la havia:
Racoon
Big jungle turkey
Macaco aranha

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Belize

E eis que chego ao Belize...

Entalado entre o Mexico e a Guatemala fica o pequeno pais do Belize, com uns meros 300 mil habitantes. Antiga colonia inglesa, conseguiu a sua independencia em 1981 e a mais forte economia da america central, basta ver que 1 dolar americano vale 2 dolares belizenhos, e que uma cerveja sao Bzd$5, o que nao e barato.

Constatei tambei que embora quase todos os paises da america central tenham costa para o Mar das Caraibas, so o Belize e que e um verdadeiro pais das caraibas. Eu explico: populacao maioritariamente preta, so se ouve reggae nas ruas, muita gente de rastas na cabeca, venda de marijuana em qualquer lado, e um dialecto criolo que, por confirmacao com os locais, e muito semelhante ao Patois que se fala na Jamaica.

De resto o lema de Caye (le-se Key) Caulker, o atol onde estive estacionado por duas noites a cerca de 1h de barco de Belize City, e: go slow; e o pessoal anda mesmo slow numa ilha com 1,4Km de extensao e uns 200 metros de lado. Uma das expressoes mais utilizadas e o ya man.
Pois bem, a verdade e que enquanto Portugal esta agasalhado debaixo de varios casacos, aqui anda-se de calcao de banho e chinela.
Aproveitei para fazer este desvio para ir mergulhar no Blue Hole, que foi bastante interessante, e ainda fiz mais dois mergulhos. Vi estalagmites e estalagtites (debaixo de agua!!!) e carradas de bicharada, inclusive tubaroes, raias, moreias, garoupas, a Dori (aquele peixe azul com problemas de memoria que ajuda o pai do Nemo - Finding Nemo), lagostas, caranguejos e muito mais. Foi pena nao ter levado a maquina nesse dia. Nao que fosse com ela para debaixo de agua, mas para quando estivemos no barco e na ilha onde paramos para almocar.

A chegada a Caye Caulker
Vida dificil, esta...
Ya man!
Mais umas fotos do spot

Viva o Mexico...

E como nao ha duas sem tres, heis que surge mais uma historia maravilhosa sobre esse povo mexicano.

Nao, nao fui novamente assaltado. Mas...

Depois de ter estado em Tulum uns dias, na praia, a descansar, decidi ir ate Caye (le-se Key) Calker no Belize, para mergulhar no mundialmente famoso Blue Hole (quem nao sabe que va ao google e pesquise).

Para la chegar meti-me num autocarro e fui ate Chetumal, Mexico, junto a fronteira com o Belize. La chegado juntei-me a um Ingles e a uma Sueca para arranjar alojamento, uma vez que o meu guia nao sugeria nada para esta cidade.

Enquanto no dia seguinte eu seguia para o Belize, o ingles ia ficar na "zona libre" que existe entre os dois paises e a sueca ia para Flores, Guatemala.

No mesmo quarto do hostel, estava tambem uma equatoriana que tambem ia para Flores. Decidimos entao, eu a sueca e a equatoriana, apanharmos o mesmo autocarro que saia de Chetumal as 5h00, com destino ao Belize e que, posteriormente, ia ate a Guatemala.

Vamos ate a central de autocarros de Chetumal e quando ja estavamos dentro do autocarro aparece um sujeito a dizer que nos ia ajudar a passar a fronteira. Estranho, mas esta bem. Nessa altura ainda julguei que era alguem da companhia dos autocarros e por isso la perguntei se enquanto portugues tinha que pagar alguma coisa, ou nao. Ele la me respondeu que nao sabia, que ia ver e que depois me dizia. La seguimos no autocarro e quando chegamos a fronteira, eis que, do nada, aparece o mesmo sujeito, que tinha vindo em carro proprio.

Na fronteira e necessario descarregar o autocarro e passar pela emigracao a pe, com a bagagem. Logo ai comeco a desconfiar porque vejo o tal sujeito a ajudar a equatoriana com as mochilas dela. Tudo bem, sem problema. Formamos fila para a emigracao do Mexico e, tranquilissimo porque ja tinha pago em Tijuana, nao tive mais nada a pagar. Entretanto continuo a falar com a sueca e a servir de interprete na emigracao dela (um dos grandes beneficios de ser portugues e o falar imensas linguas: Portugues, Ingles, Espanhol, Frances...).
Nisto vamos calmamente para a emigracao Belizenha e ai fica toda a gente a nossa frente, inclusive a equatoriana. Ficamos mesmo para ultimo.
Passam os americano, passa uma mexicana, passam mais americanos, passa um japones, e nao ha problemas de maior, ninguem paga, nada! Entretanto o tal fulano vem ter comigo e diz-me: "Tu que es o portugues? Vais ter que pagar USD$50." E vira costas e vai-se embora. Comento com a sueca: "O que? Entao toda a gente passa sem pagar e eu e que tenho que pagar? Nao. Nao me parece. Ha aqui qualquer coisa que nao me cheira nada bem." Entretanto chega a vez da equatoriana passar e comecam os problemas.
Para quem nao esta ao corrente, quase todos os paises da america central exigem, que as outras pessoas de outros paises da america central, tenham visto. Quase todos. Ora a equatoriana tinha visto para o Mexico, tinha para a Guatemala, mas nao tinha para o Belize.
Nesta altura esta o tal sujeito debrucado sobre o balcao a falar com o moco da emigracao e ai e que se me fez luz na cabeca, e logo o partilhei com a sueca, que tambem achava o facto de eu pagar algo estranho. A rapariga, por nao ter visto e saber que necesssitava dele, tinha contratado no Mexico o homem para lhe fazer de guia e para a ajudar a passar na fronteira.
Entao o moco da emigracao pede para ela pagar (curiosamente) USD$50. Enquanto ela arranjava o dinheiro segue mais alguem que estava a nossa frente, depois segue a sueca, tambem sem problema e chega a minha vez. O moco da emigracao la abriu o passaporte, perguntou-me para onde e que eu ia, e depois do carimbo mandou-me embora, estava tudo OK.

Segui para o autocarro novamente a conversa com a sueca e a explicar-lhe o que se tinha apercebido, que ela nem tinha compreendido muito bem. Pois bem, o sacana do mexicano tinha sido contratado pela equatoriana, tinha tentado fazer com que ela pagasse sem pagar e ainda estava a espera que fosse eu a pagar os USD$50 dela. Saiu-lhe mal porque o gajo da emigracao era um moco correcto e nao entrou no esquema, e tambem porque se meteu com um portugues de olho vivo, que ja estava "queimado" com os mexicanos e que se apercebeu do esquema.
Ja viram bem o filme?
Depois ainda ia andando a porrada com o motorista porque havia tambem um outro esquema que envolvia a venda de bilhetes e em que o motorista queria a parte dele mas que o outro so lhe queria dar a parte dele, depois de subtrair os USD$50 que a equatoriana afinal teve que pagar. Este episodio muita gente assistiu de dentro do autocarro e poucos compreenderam, por isso fui eu mesmo a servir de interprete durante a discussao e a explicar o filme todo ao resto das pessoas.
Enfim, corrupcao ao seu melhor nivel.

Adios Mexico, que le vaya bien.

Este e o autocarro que fez a ligacao entre Chetumal-Belize City-Flores, este tipo de veiculo tambem e conhecido como Chicken-bus

domingo, 7 de dezembro de 2008

Chichen Itza Vs Palenque

Chichen Itza

A favor: edificios, baixos relevos, esculturas e cores mais bem conservadas; cenotes; classificado como patrimonio da humanidade pela UNESCO.

Contra: preco do bilhete; quantidade de gente (turistas) a visitar o sitio; quantidade de mexicanos a tentarem-te impingir coisas (embora o preco de referencia seja os 10 pesos ou 1 dolar); arrasaram com a selva e criaram grandes clareiras para as pessoas poderem andar; degraus das piramides mais curtos.

Palenque

A favor: maior numero de edificios; possibilidade de subir as piramides; mais embrenhado na selva, logo maior misticismo; macacos uivadores nas arvores (eu vi um a comer folhas!!!); passa no meio do recinto um rio com uma cascata; morcegos dentro dos edificios.

Contra: quantidade de mexicanos a tentarem serem contratados para guias turisticos; embora o bilhete de acesso ao museu esteja incluido no preco, quando la fui o museu estava fechado por falta de energia electrica (estavam os empregados na rua descontraidamente e animadamente a conversa - funcionarios publicos) embora a loja de souvenirs estivesse aberta, com luz no tecto e na arvore de natal e com musica.

E la esta, de forma geral, o que e mau num aparece como bom no outro.

Nota: embora os dois sitios estejam localizados na selva, sao ambientes completamente diferentes: o Chichen Itza e numa zona bastante seca, seca e quente de abafado (tipo sauna); ja Palenque e uma zona de selva humida, em que se anda dez minutos e fica-se logo todo transpirado e pegajoso (tipo banho turco). Confesso que sempre preferi o banho turco a sauna, por isso tambem este cai a favor de Palenque.

Se alguem vier para este lado do mundo, se tiver hipotese de escolher, recomendo claramente Palenque. Ainda nao e patrimonio classificado, mas tambem ja nao ha-de faltar muito.

Pode ser que eu me tenha esquecido de mais algum pormenor, se entretanto me lembrar actualizo a listagem.

Mexicanos hijos de puta

Isto e que e mesmo um povo de merda, heim?

Ainda estava eu a refazer-me do que se passou na outra noite, durante a viagem, quando cheguei a Palenque e vi que nao tinha a maquina quando...

Acordo em Palenque e vou ver as ruinas (depois falo sobre elas e sobre o Chichen Itza), tenho que deixar a mala num sitio a pagar, porque tinha que fazer o check-out da pousada. A noite apanho o autocarro para Merida com os seguintes planos: ir a Merida (que e uma cidade com 1 milhao de habitantes) comprar a maquina fotografica, que me ficaria mais barato; apanhar o autocarro para o Chichen Itza e depois de ver aquilo; apanhar o autocarro para Tulum, para as minhas merecidas ferias junto a praia.

Muito bem. Apanhei o autocarro das 21h00 que chegou a Merida as 6h00. Como as lojas so abriam as 9h00, ha que esperar. Fiquei na estacao, agarro as mochilas, com a pequena em cima da grande, a dormir em cima de ambas, tal como tinha feito em Buffalo. Muito bem. Chegou-se as 8h00 e ja nao dava para dormir mais e vi que algumas lojas estavam a comecar a abrir. Deixei a mochila num armazem onde se deixam mochilas e fui a procura da minha nova maquina. Mas nao podia ser uma qualquer. Tinha trazido de Lisboa a maquina e o estojo, 2 cartoes de memoria de 4Gb e 2 de 256Mb (alem de um pequeno de 32Mb), no entanto o que tinha desaparecido era a maquina 1 cartao de 4Gb, 1 de 256Mb e o de 32Mb, Por isso comprar uma maquina Sony, para aproveitar os outros cartoes que ainda tinha. Sim senhor, comprei um maquina que tinha uma promocao em que ofereciam o estojo. A mais barata que havia da Sony e que fosse a bateria.

A seguir vou entao para o autocarro para ir para o Chichen Itza, vou buscar a mochila grande ao armazem, ponho a mao na bolsa de cima, onde tinha os cartoes da maquina e um adaptador para os ler por USB, abro a bolsa e..... nada! Espectacular, nao acham? So la tinham deixado duas pilhas pequenas (AAA), uns papeis, uma bolsa de uma das minhas toalhas e mais nada. Balanco: 1 cartao de 4Gb, 1 cartao de 256Mb, 1 pen adaptadora de cartoes memory stick, 1 canivete, 1 saca caricas, 4 pilhas AAA (novas, na embalagem), 1 cadeado de codigo (ainda ha-de haver um mexicano a experimentar mil combinacoes ate abrir aquilo). Pelo menos que eu tenha notado ate agora.

Resultado: fui comprar uma maquina exclusiva da Sony, que ate sao mais caras, para aproveitar os cartoes, e depois cartoes, nem ve-los. Se ja soubesse que eles nao tava la tinha optado por uma solucao mais economica. Entretanto tambem ja comprei um cadeado novo, desta vez de chave (o que para mim ainda e pior, que ainda as perco (ou roubam-mas outra vez) e depois fico com as coisas trancadas, por isso tinha escolhido o de codigo).

Ainda apertei um pouco com o homem do armazem, mas como tambem e obvio nao serviu de nada. Ate porque podem ter sido varias pessoas/entidades: a mulher do sitio onde deixei a mochila em Palenque, o motorista do autocarro Palenque-Merida, os bagageiros dos varios terminais de autocarro onde paramos, os militares que fizeram uma fiscalizao durante a noite e finalmente, o homem do armazem de Merida.

Sera que sou eu que ando a dormir??? Bolas, nao posso andar de 5 em 5 minutos a fazer um inventario da mochila e a verificar o que esta (ou nao esta) la dentro. A nao ser que a comprima ate ficar muito muito pequena e depois a enfie pelo rabo acima, para que ninguem ma roube. E mesmo assim acho que tentavam, pelo menos a contar com os efeitos que a comida de ca me faz... =)

Bem, ao menos ja tirei mais uma conclusao: na bolsa de topo da mochila, a partir de agora, so roupa suja, que e para se alguem a abrir vir la de dentro um cheiro a chule!!!

Agora ainda tenho que ir comprar um cartao. Esta a sair-me cara, a brincadeira!

Mas ao contrario do que se passou com a maquina, desta vez o sentimento foi diferente. Confesso que o primeiro roubo me deixou bastante perturbado. Ate porque por agora as minhas mochilas sao a minha "casa" e quando nos assaltam a casa as pessoas ficam abaladas, porque invadem a sua privacidade e violam a sua propriedade. Foi um sentimento um pouco de desempero. Entao e o que e que acontece agora, o que e que poderia ter acontecido... confesso que fiquei a "bater" um bocado mal e isso estava bem patente no ultimo post. No entanto agora foi diferente, quando me apercebi que os cartoes nao estavam, o que sentir foi raiva, e vontade de mandar todos a merda e de esbofetear uns 4 ou 5. Dasss, povo de merda, sempre a espreita do estrangeiro e a espera da minima falha ou nao falha, a espera da minima situacao

De qualquer maneira resta-me agradecer a todos os e-mails e comentarios que me enviaram a proposito do ultimo post. Acreditem que me e importante sentir a vossa companhia. Ha que ver que passo os dias, praticamente, sozinho. Sem ter com quem partilhar uma piada, um pensamento, uma experiencia, uma paisagem, uma critica, ... uma conversa mais profunda do que "quanto custa o quarto? tem pequeno-almoco? e agua quente?" ou "que horas sao" ou "gracias"... E durante 24 horas (ou quase) tenho que estar atento a minha bagagem, depois tenho que decidir o que quero ver, tenho de decidir como la vou chegar e como vou sair, tenho de decidir onde vou ficar a dormir, e mais .... sempre sozinho. E mais dificil do que parece. Sempre a pensar, sempre a pensar. Definitivamente nao sao aquelas ferias em que se tem o pacote completo e/ou e ir para a praia e ficar la o tempo todo de papo para o ar a dormir. Obrigado pela forca e apoio que me tem dado.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Adeus fiel amiga

Hoje tenho uma vitima a declarar. Ao fim de muitas aventuras, viagens e quilometros eis que a minha maquina fotografica se foi.

Foi um episodio infeliz: estava na estacao de autocarros a espera do meu para Palenque e fui a casa de banho. Sentia-me relativamente confiante porque estava a sala de espera relativamente composta e por isso achei que se alguem la fosse mexer nas coisas alguem dava o sinal.

Enganei-me. Nao demorei 3 minutos. Tinha deixado a mochila pequena, onde tinha a maquina fotografica, no chao e la fui. Quando voltei, nem associei o facto de a mochila estar em cima do banco. So a noite e que consegui fazer a reconstituicao dos factos e lembrei-me desse pormenor.

Entao aconteceu que ao voltar estava a mochila no banco e ao lado uma miuda, que eu ate pensei para comigo "Esse era o meu lugar" e ao lado dela um homem. O que e certo e que passado um bocado de eu la chegar eles levantaram-se e, pensando nisso depois, foram-se embora. Sim, porque uns 5 minutos depois embarquei no autocarro.

A meio da viagem, que ja estava a ser muito desconfortavel, lembrei-me de por a mao na mochila para ir ver da maquina e nao a senti. Bem, procurei, procurei e nada. Nao estava mesmo la. Comecou a dar-me uns calores!!! Ainda por cima estava abafadissimo dentro do autocarro, e eu ja so queria sair dali a forca toda e mandar aquilo tudo a merda.

Confesso que hoje a moral esta em baixo. Mas em baixo a rocar os -20 pontos.

Se ate agora ja tinha sido uma constante pensamentos de: sera que estou a fazer bem? Faz sentido o que estou a fazer? Sera egoista da minha parte? E as pessoas que estao em Portugal minha espera? - A verdade e que nos sitios onde andei, pelo menos ate agora, nao ha nenhum em que possa dizer que esteja tao fora do circuito "comercial" que eu nao possa ca voltar noutra vez e fazer a viagem por mim mesmo, noutra altura, com mais calma.

Nao sei o que fazer. Continuo a viagem, faco a parte que tinha planeada para o Mexico e depois vou-me embora, cago nisto tudo e apanho um autocarro directo a Cancun e dai um aviao para Portugal... Nao sei mesmo...

Entretanto o balanco foi: maquina fotografica Sony DSC P-100, 3 cartoes de memoria (de 4Gb, de 256Mb e de 32Mb) e a bolsa.
Fotos: Sao Francisco, San Diego, Tijuana, Ensenada, San Isidro, viagem ate a Cidade do Mexico, viagem na selva ate San Cristobal de Las Casas, San Cristobal, e San Juan Chamula (com o seu mercado e uma igreja muito peculiar - as pessoas fazem as suas oracoes na lingua nativa, acendem entre dezenas e centenas de velas no chao da igreja, que nao tem bancos, bebem refrigerantes e mezcal e ainda fazem sacrificios de galinhas. Exactamente, numa igreja crista, enquanto estao a adorar os santos pegam numa galinha e esticam-na ate lhe partirem o pescoco).

Por sorte tinha carregado o video de Ensenada para o blog.

Entretanto hoje de manha ja fui ver precos das maquinas e ha uma Sony tambem (que e para aproveitar um outro cartao de 4Gb que ainda tenho) mas que me pedem 180 Euros por ela. Nao sei se a compre. Se for para ficar compensava, claro. Se nao for, entao nao vale a pena.

Confesso que me sinto um pouco perdido. Nao sei o que fazer...

De qualquer modo, hoje vou ate as ruinas maias de Palenque que, actualmente, sao consideradas ate melhores que o Chichen Itza (que ja nao deixa as pessoas subirem as piramides depois de em 2006 uma turista ter caido de la abaixo e ter morrido). Depois ja comprei bilhete para Merida. Por fim vou ate Tulum que e praia. Portanto sao 2 ou 3 dias que vou ter para tentar relaxar um pouco e pensar melhor no que ando a fazer, no que quero e nos proximos passos.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

So para nao dizerem que nao tem piada o blog, seguem aqui algumas fotos. Se soubessem o trabalho que da carrega-las. Nao tive hipotese de analisar as fotos ao pormenor, por isso nao sei se ampliadas a qualidade e boa ou nao. Nao se esquecam de ler o texto, no post em baixo. (Incrivel, estive mais de 20 minutos para descarregar o video)


Japanese Tea Garden - San Francisco (maior parte das fotos de SF estao num CD que nao tenho aqui comigo)


Skyline de San Diego


Oceanside, perto de San Diego


Fronteira para entrada em que pais??? Vejam la se adivinham...

Boa onda na pousada de San Isidro, perto de Ensenada
Bomba de gasolina em San Isidro. Sim, e um bidon o que o homem tem na mao. Sim era la que estava a gasolina!

Fred, lembras-te dos tacos de carne assada?

A selva e alguns lagos, a caminho de San Crostobal de Las Casas

Engarrafamento na montanha!!!

Este foi um bar muito castico em que estivemos em Ensenada, com mariachi e tudo. Ah, o que esta no chao sao cascas de amendoim!


San Francisco/Ensenada/San Cristobal de Las Casas

Ao fim de 10 dias sem dar noticias, e quando algumas pessoas ja vaticinavam o meu regresso, heis que escrevo finalmente.

Tenho andado bastante entretido estes ultimos dias, muitos dos quais em viagem (!!! faz sentido, nao acham?), dai nao ter tido hipotese de actualizar o blog mais cedo/frequentemente.

San Francisco, parece-me agora tao distante... Uma cidade relativamente pequena (para os padroes americanos, claro) que quase parece Braga. Braga??? Nao, nao e pela universidade ou pelo Bom Jesus, mas sim pelos 3P's embora aqui tenham significados um tanto ou quanto diferentes: Pedintes, Paneleiros e Putas (necessariamente por esta ordem). Curiosamente, ou talvez nao (acho que nao e surpresa para ninguem) foram os paneleiros os americanos que eu vi que se vestiam melhor, e por melhor digo segundo padroes europeus, claro. Mas dai a, como eu vi, estar um homem nos seus 40, descontraidissimo, num bar, todo nu!!! Sim, todo nu! Isso sim, e um pouco mais a frente.Fora isto e uma cidade que se ve rapidamente. Ao contrario das outras cidades onde tinha estado esta tem muito pouco em altura. Maior parte da cidade e composta por predios de 2 ou 3 andares. Depois ha o Financial Discrict, os Wharfs, a Golden Gate Bridge, a Castro, o Golden Gate Park... confesso que ja estava um pouco saturado das grandes cidades americanas.

Entretanto o Fred, o meu hospedeiro durante essa semana, ja tinha combinado com os outros tugas uma viagem no Thanksgivings ate ao Mexico e eu aproveitei a boleia. Saimos de Sunnyvale (onde e a casa dele) as 16h e chegamos a San Diego a 1h da manha. Grande estica? Naaaaaaa.... Resultado: passei por Los Angeles a meio da noite, numa Interstate que nao passa directamente no centro mas que deu para ver os arranha ceus do downtown. Tem que ficar para uma proxima visita. A verdade e que o meu orcamento para os EUA estava a chegar ao limite, e isto sem ter que pagar alojamento em lado nenhum, por isso achei melhor fazer algumas restricoes.

San Diego e uma cidade pequena. Facilmente da para ver num ou dois dias. Tentamos ainda ir visitar um porta avioes (museu) que ca esta atracado mas como era o dia de accao de gracas estava fechado (isso e o facto de termos chegado ja a hora em que akilo era suposto fechar). Fomos passear ate a Oldtown, que tentava recriar uma cidade do farwest (embora todos os edificios estejam estranhamente convertidos em lojas de suvenirs - e assim. E o capitalismo a falar mais alto). Tambem andamos a passear ate Oceanside que, diz quem sabe, e a Malibu de San Diego. De resto nao tem muito que ver.

Depois atravessamos a fronteira e, sem darmos por isso, ja estavamos no Mexico, sem papeis, sem carimbos, sem nada. Como eu nao podia estar naquela situacao, embora os outros pudessem continuar ate um certo ponto e por um determinado periodo de tempo sem visto, tivemos que voltar para tras para ir a fronteira e para eu arranjar a minha autorizacao de emigrante.

Depois dessas complicacoes todas la seguimos viagem ate Ensenada e fomos ate San Isidro ate um backpacker junto a praia ideal para surf trips. Um bocado caro para uma noite: 20 dolares (para um hostel e caro - mas tambem, aquilo ainda nao era mexico puro e duro, era de um americano que tinha fugido para la), mas ele dizia que fazia 15 dolares por mais de 1 noite e nao sei quanto por 15 dias e se ficarem la por um mes ele cobra 350 dolares. Assim ja compensava, sao as economias de escalas a funcionar.

Depois voltamos a Ensenada e ficamos la mais uma noite. No dia seginte, domingo, os meninos foram-me deixar a Tijuana onde apanhei o autocarro para a Cidade do Mexico (ou Mexico DF). Nessa noite tive os primeiros sintomas da maldicao de Montezuma (aka os intestinos a funcionarem bem demais), nada que um comprimido de Loperamida e algum cuidado na alimentacao durante Domingo nao servisse para atenuar/remediar. Confesso que ate ai ainda nao tinha tido saudades nenhumas do Mexico. Confusao do cacete, transito infernal, poluicao a rodos, tudo a apitar, casas degradas, dores de barriga, comida demasiadamente condimentada... enfim, todas aquelas coisas que me tinham deixado com pouca vontade de ca voltar... ainda por cima depois de uma viagem de mais de 48 horas desde Tijuana.
Descobri uma coisa que me deixou bastante satisfeito: nao tenho qualquer dificuldade em adormecer num carro ou autocarro em movimento. Ficou claramente comprovada na viagem de carro ate Ensenada e depois na viagem ate Mexico DF. O movimento embalado de cima e baixo, frente e tras deixou-me num estado de quase semi-consciencia. Durante essas 48 horas limitei-me a dormir, acordar, dormir outra vez, apenas altercando com alguns momentos em que havia alguma paragem e em que aproveitava para me apear e esticar as pernas. Nada mais. Ainda por cima como nao tinha relogio, nem sabia as quantas andava nem quanto tempo faltava ainda para o meu destino. Esperava apenas o desenrolar das horas e dos dias ate que, finalmente, dei por mim no DF. Verifiquei que so eu e outra pessoa fizemos a viagem completa desde Tijuana ate ao DF, grande parte das pessoas que encheu o autocarro em Tijuana saiu em Hermosillo e depois dai para baixo nunca teve grande afluencia.
Depois estive umas horas a espera do autocarro que me trouxesse a San Cristobal de Las Casas. Sai de la as 21h e estava ca as 12h. Nada mau, um pouco antes do que seria suposto ate. Entretanto, la vou eu novamente embalado no autocarro, a dormir e a acordar, a dormir e a acordar, quando de repente e de dia. Confesso que tive alguma preguica em abrir os olhos, ainda a pensar se havia de o fazer ou dormitar mais um pouco mas com algum custo abri e..... tive uma revelacao. Estava num cenario completamente diferente. Tinha deixado o deserto do norte do Mexico, as planicies agrarias do centro, a metropole gigante que e a cidade do mexico, que tinha deixado ja na escuridao, e estava a acordar no meio da selva. Exactamente, selva: vegetacao por todo o lado, alta, verde, com lagos e rios a mistura... espectacular... fiquei logo com um estado de espirito diferente.
Depois foi um agradavel passeio por estradas perdidas no meio das montanhas e da selva ate chegar a San Cristobal. Tem um centro bastante pequeno embora tenha cerca de 110 mil habitantes. Ja dei as voltas quase todas. Amanha estou a planear acordar com as galinhas (para as pessoas da cidade que nao conhecem a expressao significa acordar cedo) e ir ate uma pequena aldeia maia a cerca de 15 km daqui. Depois sigo mais 5 horas ate Palenque, onde ha ruinas maias que vale mesmo a pena visitar. Tambem la devo ficar uma noite.

Nota aos viajantes: apercebi-me que me tinha esquecido de um objecto fundamental para os hostels de todo o mundo - um cadeado, para colocar nos cacifos. Se nao trouxerem o mais certo e venderem-vos um ou alugarem-vos um, por um preco proibitivo, claro esta. Arranjei o meu ainda nos EUA. Um com codigo, para evitar perder chaves. Tambem podera ser util decorarem o lugar de cada tecla num teclado - digo isto porque este em que estou a escrever tem metade das letras em falta, e preciso estar sempre a ler e a procura dos erros.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Chicago (flashback)

E depois de ter apanhado o comboio a 1h da manha, porque ja vinha com 1h de atraso, eis que passo cerca de 10h a dar ao dente. Porque? Porque o ar condicionado da carruagem estava avariado e em vez de mandar calor, mandava frio. Eu a tentar dormir e nem isso conseguia com o frio que estava.

Chego a Chicago, maravilha das maravilhas, estava a chover. Penso eu: "Bem, la vou eu apanhar mais uma molha valente." Mas ao fim de algum tempo em que estive na estacao a reunir alguns mapas e a decidir onde havia de ir a chuva la abrandou e foi mais facil meter-me a caminho.

Estive na cidade 3 dias e deu para ver bastantes coisas. De qualquer forma pareceu-me uma cidade simpatica e acolhedora (sim, mesmo com as temperaturas negativas).

Como muitas das observacoes ja estao no outro post, deixo-vos entao com algumas imagens (bonitas ainda por cima).

Skyline de Chicago

Um dos muitos canais que atravessam a cidade, com uma das pontes abertas

Um edificio bonito, com uma ligacao a altura do 10 ou 12 andar. Em segundo plano a Trump Tower

Jay Pritzker Pavilion do arquitecto Frank Gehry
Cloud Gate - tambem conhecido como o Bean do arquitecto Anish KapoorO inicio da mitica Route 66, a estrada mae
Art Gallery of Chicago

E o mesmo edificio quando estava a nevar!!!
Ainda caiu um bocadinho...
E se o nevar ja era, so de si, bom... magia...
Crown Fountain