domingo, 7 de dezembro de 2008

Mexicanos hijos de puta

Isto e que e mesmo um povo de merda, heim?

Ainda estava eu a refazer-me do que se passou na outra noite, durante a viagem, quando cheguei a Palenque e vi que nao tinha a maquina quando...

Acordo em Palenque e vou ver as ruinas (depois falo sobre elas e sobre o Chichen Itza), tenho que deixar a mala num sitio a pagar, porque tinha que fazer o check-out da pousada. A noite apanho o autocarro para Merida com os seguintes planos: ir a Merida (que e uma cidade com 1 milhao de habitantes) comprar a maquina fotografica, que me ficaria mais barato; apanhar o autocarro para o Chichen Itza e depois de ver aquilo; apanhar o autocarro para Tulum, para as minhas merecidas ferias junto a praia.

Muito bem. Apanhei o autocarro das 21h00 que chegou a Merida as 6h00. Como as lojas so abriam as 9h00, ha que esperar. Fiquei na estacao, agarro as mochilas, com a pequena em cima da grande, a dormir em cima de ambas, tal como tinha feito em Buffalo. Muito bem. Chegou-se as 8h00 e ja nao dava para dormir mais e vi que algumas lojas estavam a comecar a abrir. Deixei a mochila num armazem onde se deixam mochilas e fui a procura da minha nova maquina. Mas nao podia ser uma qualquer. Tinha trazido de Lisboa a maquina e o estojo, 2 cartoes de memoria de 4Gb e 2 de 256Mb (alem de um pequeno de 32Mb), no entanto o que tinha desaparecido era a maquina 1 cartao de 4Gb, 1 de 256Mb e o de 32Mb, Por isso comprar uma maquina Sony, para aproveitar os outros cartoes que ainda tinha. Sim senhor, comprei um maquina que tinha uma promocao em que ofereciam o estojo. A mais barata que havia da Sony e que fosse a bateria.

A seguir vou entao para o autocarro para ir para o Chichen Itza, vou buscar a mochila grande ao armazem, ponho a mao na bolsa de cima, onde tinha os cartoes da maquina e um adaptador para os ler por USB, abro a bolsa e..... nada! Espectacular, nao acham? So la tinham deixado duas pilhas pequenas (AAA), uns papeis, uma bolsa de uma das minhas toalhas e mais nada. Balanco: 1 cartao de 4Gb, 1 cartao de 256Mb, 1 pen adaptadora de cartoes memory stick, 1 canivete, 1 saca caricas, 4 pilhas AAA (novas, na embalagem), 1 cadeado de codigo (ainda ha-de haver um mexicano a experimentar mil combinacoes ate abrir aquilo). Pelo menos que eu tenha notado ate agora.

Resultado: fui comprar uma maquina exclusiva da Sony, que ate sao mais caras, para aproveitar os cartoes, e depois cartoes, nem ve-los. Se ja soubesse que eles nao tava la tinha optado por uma solucao mais economica. Entretanto tambem ja comprei um cadeado novo, desta vez de chave (o que para mim ainda e pior, que ainda as perco (ou roubam-mas outra vez) e depois fico com as coisas trancadas, por isso tinha escolhido o de codigo).

Ainda apertei um pouco com o homem do armazem, mas como tambem e obvio nao serviu de nada. Ate porque podem ter sido varias pessoas/entidades: a mulher do sitio onde deixei a mochila em Palenque, o motorista do autocarro Palenque-Merida, os bagageiros dos varios terminais de autocarro onde paramos, os militares que fizeram uma fiscalizao durante a noite e finalmente, o homem do armazem de Merida.

Sera que sou eu que ando a dormir??? Bolas, nao posso andar de 5 em 5 minutos a fazer um inventario da mochila e a verificar o que esta (ou nao esta) la dentro. A nao ser que a comprima ate ficar muito muito pequena e depois a enfie pelo rabo acima, para que ninguem ma roube. E mesmo assim acho que tentavam, pelo menos a contar com os efeitos que a comida de ca me faz... =)

Bem, ao menos ja tirei mais uma conclusao: na bolsa de topo da mochila, a partir de agora, so roupa suja, que e para se alguem a abrir vir la de dentro um cheiro a chule!!!

Agora ainda tenho que ir comprar um cartao. Esta a sair-me cara, a brincadeira!

Mas ao contrario do que se passou com a maquina, desta vez o sentimento foi diferente. Confesso que o primeiro roubo me deixou bastante perturbado. Ate porque por agora as minhas mochilas sao a minha "casa" e quando nos assaltam a casa as pessoas ficam abaladas, porque invadem a sua privacidade e violam a sua propriedade. Foi um sentimento um pouco de desempero. Entao e o que e que acontece agora, o que e que poderia ter acontecido... confesso que fiquei a "bater" um bocado mal e isso estava bem patente no ultimo post. No entanto agora foi diferente, quando me apercebi que os cartoes nao estavam, o que sentir foi raiva, e vontade de mandar todos a merda e de esbofetear uns 4 ou 5. Dasss, povo de merda, sempre a espreita do estrangeiro e a espera da minima falha ou nao falha, a espera da minima situacao

De qualquer maneira resta-me agradecer a todos os e-mails e comentarios que me enviaram a proposito do ultimo post. Acreditem que me e importante sentir a vossa companhia. Ha que ver que passo os dias, praticamente, sozinho. Sem ter com quem partilhar uma piada, um pensamento, uma experiencia, uma paisagem, uma critica, ... uma conversa mais profunda do que "quanto custa o quarto? tem pequeno-almoco? e agua quente?" ou "que horas sao" ou "gracias"... E durante 24 horas (ou quase) tenho que estar atento a minha bagagem, depois tenho que decidir o que quero ver, tenho de decidir como la vou chegar e como vou sair, tenho de decidir onde vou ficar a dormir, e mais .... sempre sozinho. E mais dificil do que parece. Sempre a pensar, sempre a pensar. Definitivamente nao sao aquelas ferias em que se tem o pacote completo e/ou e ir para a praia e ficar la o tempo todo de papo para o ar a dormir. Obrigado pela forca e apoio que me tem dado.

2 comentários:

  1. Bom dia Quico,

    Estranhamente hoje passaste-me pelos sonhos. Ainda não tinha vindo ver o teu blog, e também não sabia muito bem como o fazer. No sonho estavas um pouco perdido, e por isso fez-me algum sentido ver por onde andavas. Coincidência ou não andas aí a batalhar por máquinas perdidas.
    Sabes que há umas duas semanas também fui de viagem... a verdade é que tirei centenas de fotos. E eu gosto de fotografia. Mas o que retirei da viagem não foram as fotos... foram as pessoas que conheci, o que partilhei e o que partilharam. Houve um homem que entre umas canecas de cerveja me disse as coisas mais simples do mundo (aquelas coisas que todos sabemos mas que não ligamos muito). De facto o que interessam são as pessoas, não somos muito diferentes uns dos outros, e que por todo o lado há pessoas boas e más.
    Na tua viagem também... problemas teriam que acontecer. Senão como é que ias aproveitar as coisas boas? As fotos são importantes, são memórias vivas, mas não chegam aos calcanhares das experiências que podes partilhar com desconhecidos.

    Abraço e na volta bebemos uma imperial!

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  2. Só mais uma coisa...
    "quico perdido around the world" - Faz esta pesquisa no google e vê o que encontras.
    Viajar é mais do que um acumular de lugares e vistas... e se estiveres perdido e só... lê este poema:

    Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo ...
    Isto é carência.

    Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar ...
    Isto é saudade.

    Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos ...
    Isto é equilíbrio.

    Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos nossa vida ...
    Isto é um princípio da natureza.

    Solidão não é o vazio ao nosso lado ...
    Isto é circunstância.

    Solidão é muito mais do que isto.
    Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.

    Francisco Buarque de Holanda

    Quem vai ao outro lado do mundo arrisca-se a ir ao outro lado de si mesmo... de que estavas à espera?
    Aproveita a oportunidade para conhecer mais do que lugares insólitos.

    Abraço

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