sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Viva o Mexico...

E como nao ha duas sem tres, heis que surge mais uma historia maravilhosa sobre esse povo mexicano.

Nao, nao fui novamente assaltado. Mas...

Depois de ter estado em Tulum uns dias, na praia, a descansar, decidi ir ate Caye (le-se Key) Calker no Belize, para mergulhar no mundialmente famoso Blue Hole (quem nao sabe que va ao google e pesquise).

Para la chegar meti-me num autocarro e fui ate Chetumal, Mexico, junto a fronteira com o Belize. La chegado juntei-me a um Ingles e a uma Sueca para arranjar alojamento, uma vez que o meu guia nao sugeria nada para esta cidade.

Enquanto no dia seguinte eu seguia para o Belize, o ingles ia ficar na "zona libre" que existe entre os dois paises e a sueca ia para Flores, Guatemala.

No mesmo quarto do hostel, estava tambem uma equatoriana que tambem ia para Flores. Decidimos entao, eu a sueca e a equatoriana, apanharmos o mesmo autocarro que saia de Chetumal as 5h00, com destino ao Belize e que, posteriormente, ia ate a Guatemala.

Vamos ate a central de autocarros de Chetumal e quando ja estavamos dentro do autocarro aparece um sujeito a dizer que nos ia ajudar a passar a fronteira. Estranho, mas esta bem. Nessa altura ainda julguei que era alguem da companhia dos autocarros e por isso la perguntei se enquanto portugues tinha que pagar alguma coisa, ou nao. Ele la me respondeu que nao sabia, que ia ver e que depois me dizia. La seguimos no autocarro e quando chegamos a fronteira, eis que, do nada, aparece o mesmo sujeito, que tinha vindo em carro proprio.

Na fronteira e necessario descarregar o autocarro e passar pela emigracao a pe, com a bagagem. Logo ai comeco a desconfiar porque vejo o tal sujeito a ajudar a equatoriana com as mochilas dela. Tudo bem, sem problema. Formamos fila para a emigracao do Mexico e, tranquilissimo porque ja tinha pago em Tijuana, nao tive mais nada a pagar. Entretanto continuo a falar com a sueca e a servir de interprete na emigracao dela (um dos grandes beneficios de ser portugues e o falar imensas linguas: Portugues, Ingles, Espanhol, Frances...).
Nisto vamos calmamente para a emigracao Belizenha e ai fica toda a gente a nossa frente, inclusive a equatoriana. Ficamos mesmo para ultimo.
Passam os americano, passa uma mexicana, passam mais americanos, passa um japones, e nao ha problemas de maior, ninguem paga, nada! Entretanto o tal fulano vem ter comigo e diz-me: "Tu que es o portugues? Vais ter que pagar USD$50." E vira costas e vai-se embora. Comento com a sueca: "O que? Entao toda a gente passa sem pagar e eu e que tenho que pagar? Nao. Nao me parece. Ha aqui qualquer coisa que nao me cheira nada bem." Entretanto chega a vez da equatoriana passar e comecam os problemas.
Para quem nao esta ao corrente, quase todos os paises da america central exigem, que as outras pessoas de outros paises da america central, tenham visto. Quase todos. Ora a equatoriana tinha visto para o Mexico, tinha para a Guatemala, mas nao tinha para o Belize.
Nesta altura esta o tal sujeito debrucado sobre o balcao a falar com o moco da emigracao e ai e que se me fez luz na cabeca, e logo o partilhei com a sueca, que tambem achava o facto de eu pagar algo estranho. A rapariga, por nao ter visto e saber que necesssitava dele, tinha contratado no Mexico o homem para lhe fazer de guia e para a ajudar a passar na fronteira.
Entao o moco da emigracao pede para ela pagar (curiosamente) USD$50. Enquanto ela arranjava o dinheiro segue mais alguem que estava a nossa frente, depois segue a sueca, tambem sem problema e chega a minha vez. O moco da emigracao la abriu o passaporte, perguntou-me para onde e que eu ia, e depois do carimbo mandou-me embora, estava tudo OK.

Segui para o autocarro novamente a conversa com a sueca e a explicar-lhe o que se tinha apercebido, que ela nem tinha compreendido muito bem. Pois bem, o sacana do mexicano tinha sido contratado pela equatoriana, tinha tentado fazer com que ela pagasse sem pagar e ainda estava a espera que fosse eu a pagar os USD$50 dela. Saiu-lhe mal porque o gajo da emigracao era um moco correcto e nao entrou no esquema, e tambem porque se meteu com um portugues de olho vivo, que ja estava "queimado" com os mexicanos e que se apercebeu do esquema.
Ja viram bem o filme?
Depois ainda ia andando a porrada com o motorista porque havia tambem um outro esquema que envolvia a venda de bilhetes e em que o motorista queria a parte dele mas que o outro so lhe queria dar a parte dele, depois de subtrair os USD$50 que a equatoriana afinal teve que pagar. Este episodio muita gente assistiu de dentro do autocarro e poucos compreenderam, por isso fui eu mesmo a servir de interprete durante a discussao e a explicar o filme todo ao resto das pessoas.
Enfim, corrupcao ao seu melhor nivel.

Adios Mexico, que le vaya bien.

Este e o autocarro que fez a ligacao entre Chetumal-Belize City-Flores, este tipo de veiculo tambem e conhecido como Chicken-bus

Sem comentários:

Enviar um comentário