Acordo para um dia de chuva. Esteve a chover toda a noite e vai continuar durante todo o dia, parando apenas por volta das 17h. Entretanto sai de Tingo por volta das 10h para iniciar a caminhada de 10km ate as ruinas. Sempre debaixo de chuva, sempre a testar o terreno, sempre a derrapar na lama, sempre a tentar contornar as pocas...
Foi uma subida que me custou bastante, e eu sei porque: (1) porque estava a chover e estava tudo cheio de lama e pocas, era preciso avancar com cautela, (2) porque nos ultimos 10 dias (ou mais) tinha estado fechado num barco em que a media diaria percorrida deveria rondar os 1 ou 2 km’s, e principalmente, (3) porque desde Manaus ate Yurimaguas, o tempo todo que estive a subir o rio, a altitude maxima deve rondar os 400 metros, e de repente estava em Tingo a uma altitude de aproximadamente 2335 metros acima do nivel do mar, e a subir para Kuelap que fica a 3050metros, por isso nitidamente que o soroche estava a marcar presenca. A subida que, diz quem sabe, demora cerca de 3 horas, levou-me 4 penosas horas, por isso cheguei la acima ja depois das 14h.
Pelo caminho cruzei-me com pessoas por 3 ocasioes. Todos eles iam a descer a caminho de Tingo, nao me cruzei com ninguem que fosse tambem a subir. A primeira, ainda bastante perto de Tingo, com 2 homens que gozaram o facto de ter atado sacos de plastico em volta dos tenis para que estes nao se molhassem (esta nitido que isto foi mesmo muito ao principio, numa tentativa de adiar o inevitavel – sujar sapatos, molhar pes). A segunda, sensivelmente a meio do caminho, cruzei-me com 3 rapazes que iam a cavalo por ai abaixo. A terceira, uma meia hora antes de chegar a Kuelap, com um casal de peruanos, professores, em que a desgracada da mulher tinha escorregado numa pedra, a costura dos tenis nao aguentou e descoseu-se, ficando sem sola. Coitada la ia com o pe no chao.
Vi as ruinas que sao espectaculares. E incrivel a quantidade de pedra que transportaram la para cima. E preciso ter em conta que a fortaleza foi contruida antes da chegada dos espanhola, e por isso, antes da introducao de cavalos naquela zona. As muralhas chegam a ter 20 metros de altura e 600 metros de extensao. Ha quem diga que tem o triplo do volume de pedra do que aquele que foi utilizado na construcao das piramides do Egipto. Das casas, apenas uma foi completamente reconstruida para o turista ter a ideia de como teriam sido, mas depois ha imensos muros de cerca de 30 cm que identificam claramente a localizacao delas. Curiosa, e ainda algo enigmatica, e a existencia de uma construcao em forma de cone invertido que, por ser mais estreito em baixo do que em cima, constituiu sem duvida um desafio de construcao. No entanto, e embora a regiao de Chachapoyas disponha de elevado potencial de atraccao turistico devido a quantidade de ruinas e monumentos que tem para oferecer, estes ainda nao sao do conhecimento do grande publico, tal como fica demonstrado no numero de acessos a Kualap: 10 mil turistas em 2005, 11 mil em 2006, cerca de 14 mil em 2007 e 17 mil em 2008.
Depois de andar la dentro cerca de 2h30, e de finalmente ter parado de chuver, ainda voltei atras para re-tirar algumas fotos.
Iniciei a descida cerca das 18h, sabendo que em media, com tempo seco, se demora cerca de 2 horas a descer e que as 19h anoitecia. Esta bonito, portanto.
Comecei a descer rapidamente, tentando aproveitar ao maximo a luz do sol. Claro esta que a pressa deu origem a duas valentes escorregadelas na lama, que contribuiu ainda mais para a minha camuflagem! Metade do caminho foi feito ja de noite, felizmente tinha previsto esta possibilidade e tinha levado a lanterna, se assim nao fosse acho que nao conseguiria la chegar, com pedras, lama, degraus, pocas, curvas e mais curvas... mesmo assim cheguei a Tingo por volta das 20h15. Acho que ate foi um bom tempo, considerando as condicoes do terreno e o facto de ser de noite. O caminho de volta a Tingo, fi-lo todo sozinho, sem ver uma unica alma (nem uma alma penada!!!).
Foi uma subida que me custou bastante, e eu sei porque: (1) porque estava a chover e estava tudo cheio de lama e pocas, era preciso avancar com cautela, (2) porque nos ultimos 10 dias (ou mais) tinha estado fechado num barco em que a media diaria percorrida deveria rondar os 1 ou 2 km’s, e principalmente, (3) porque desde Manaus ate Yurimaguas, o tempo todo que estive a subir o rio, a altitude maxima deve rondar os 400 metros, e de repente estava em Tingo a uma altitude de aproximadamente 2335 metros acima do nivel do mar, e a subir para Kuelap que fica a 3050metros, por isso nitidamente que o soroche estava a marcar presenca. A subida que, diz quem sabe, demora cerca de 3 horas, levou-me 4 penosas horas, por isso cheguei la acima ja depois das 14h.
Pelo caminho cruzei-me com pessoas por 3 ocasioes. Todos eles iam a descer a caminho de Tingo, nao me cruzei com ninguem que fosse tambem a subir. A primeira, ainda bastante perto de Tingo, com 2 homens que gozaram o facto de ter atado sacos de plastico em volta dos tenis para que estes nao se molhassem (esta nitido que isto foi mesmo muito ao principio, numa tentativa de adiar o inevitavel – sujar sapatos, molhar pes). A segunda, sensivelmente a meio do caminho, cruzei-me com 3 rapazes que iam a cavalo por ai abaixo. A terceira, uma meia hora antes de chegar a Kuelap, com um casal de peruanos, professores, em que a desgracada da mulher tinha escorregado numa pedra, a costura dos tenis nao aguentou e descoseu-se, ficando sem sola. Coitada la ia com o pe no chao.
Vi as ruinas que sao espectaculares. E incrivel a quantidade de pedra que transportaram la para cima. E preciso ter em conta que a fortaleza foi contruida antes da chegada dos espanhola, e por isso, antes da introducao de cavalos naquela zona. As muralhas chegam a ter 20 metros de altura e 600 metros de extensao. Ha quem diga que tem o triplo do volume de pedra do que aquele que foi utilizado na construcao das piramides do Egipto. Das casas, apenas uma foi completamente reconstruida para o turista ter a ideia de como teriam sido, mas depois ha imensos muros de cerca de 30 cm que identificam claramente a localizacao delas. Curiosa, e ainda algo enigmatica, e a existencia de uma construcao em forma de cone invertido que, por ser mais estreito em baixo do que em cima, constituiu sem duvida um desafio de construcao. No entanto, e embora a regiao de Chachapoyas disponha de elevado potencial de atraccao turistico devido a quantidade de ruinas e monumentos que tem para oferecer, estes ainda nao sao do conhecimento do grande publico, tal como fica demonstrado no numero de acessos a Kualap: 10 mil turistas em 2005, 11 mil em 2006, cerca de 14 mil em 2007 e 17 mil em 2008.
Depois de andar la dentro cerca de 2h30, e de finalmente ter parado de chuver, ainda voltei atras para re-tirar algumas fotos.
Iniciei a descida cerca das 18h, sabendo que em media, com tempo seco, se demora cerca de 2 horas a descer e que as 19h anoitecia. Esta bonito, portanto.
Comecei a descer rapidamente, tentando aproveitar ao maximo a luz do sol. Claro esta que a pressa deu origem a duas valentes escorregadelas na lama, que contribuiu ainda mais para a minha camuflagem! Metade do caminho foi feito ja de noite, felizmente tinha previsto esta possibilidade e tinha levado a lanterna, se assim nao fosse acho que nao conseguiria la chegar, com pedras, lama, degraus, pocas, curvas e mais curvas... mesmo assim cheguei a Tingo por volta das 20h15. Acho que ate foi um bom tempo, considerando as condicoes do terreno e o facto de ser de noite. O caminho de volta a Tingo, fi-lo todo sozinho, sem ver uma unica alma (nem uma alma penada!!!).
Inicio do percurso, em Tingo
Entrada da fortaleza. Benvindos a Kuelap
Incrivel a dimensao e altura das muralhas Escada de acesso ao interior
A certo ponta altura a entrada e tao estreita que apenas cabe uma pessoa de cada vez
Interior das muralhas. Cidadela fortificada
O vizinha, tem um raminho de salsa que me dispense?
Castelo, no interior das muralhas
Alguns baixos relevos encontrados nas pedras
O vizinha, tem um raminho de salsa que me dispense?
Castelo, no interior das muralhas
Alguns baixos relevos encontrados nas pedras
Os ultimos habitantes de Kuelap
Este foi o caminho que me esperou...
Este foi o caminho que me esperou...
No fim do dia, depois de dois tombos. Cansado, mas com o sentimento de dever cumprido
Belo bigode amigo! Faz parte, ambientarmo-nos aos costumes! Mais um pouco e pareces-te com os últimos habitantes de Kuelap! :)
ResponderEliminarEnfim... mas imagino-me nesta aventura contigo: sair as 10h para a caminhada e dizeres-me "Giz, levo a lanterna não vá estar escuro quando voltarmos...", ao que eu responderia com um sorriso irónico "Deves...!" - Haja alguém com juízo!
Por outro lado, só mesmo tu para demorares 4h e tal a subir uma montanhazita de 3.000m. Bebé! Tinhas pedido um cavalo emprestado e avançavas qual Zorro por essa montanha acima!... O bigode já lá está!
Abraços e Beijinhos!
Divirtam-se!
P.S. - Força!
Adorei essa da camuflagem!E tanto quanto sei faz bem à pele :)
ResponderEliminarQue «habitantes» são esses: lamas??
Fantásticas as ruínas.
Mais fotos please, é o que a malta gosta.
Como é q é Quico?? Tás benne?
ResponderEliminarContinuo a acompanhar as tuas aventuras, de vez em qd lá abro o teu blog e olha, mais coisas novas.. :p tão e pá qd a travessia para outro continente?? Esse já cansa :p tou a brincar, granda abraço*
Chico*