terça-feira, 13 de janeiro de 2009

I'm not dead... I feel fine...

E passaram quase 20 dias desde o ultimo post.

A verdade e que ao principio nao aconteceu nada digno de registo.

Depois quando aconteceu, estive numa correria...resumindo: Passei o Natal em Tamarindo, uma praia da Costa Rica voltada para o Oceano Pacifico. Fui adoptado pelos donos do hostal onde estava. Era de uma familia argentina que, com alguns amigos, me convidaram para uma ceia tipica: um grande naco de carne assado na brasa, rum e muita salsa. Depois do jantar, houve troca de prendas entre o pessoal da pousada.

Dai fui ate ao vulcao Arenal que, depois do que vi na Guatemala, me desiludiu um pouco.

Segui para San Jose (capital da Costa Rica) que e uma cidade cujo centro historico e relativamente pequeno, e que fora do centro historico nao tem nada que ver, mesmo assim, valeu a pena a visita. So um apontamento: as prostitutas em San Jose sao muito simpaticas. Fiquei num bairro afamado pela prostituicao que tem e quando fui para Porto Viejo (ver abaixo), tive que apanhar um autocarro as 6h da manha, o que implicou sair um bocado mais cedo do hostal. A verdade e que quando eu passava na rua, de mochila as costas, cumprimentavam-me e desejavam-me um feliz ano novo.

Proxima paragem: Porto Viejo de Talamanca - passagem de ano. Novamente praia, mas desta vez para o Mar das Caraibas. Fui-me encontrar com uns amigos portugueses que estao a trabalhar nos EUA, e que tinham ido para o Panama passar o Natal a surfar e a fazer praia. Tambem aqui tudo se passou sem incidentes, muita festa, algum rum e um mergulho no mar por volta da meia noite.

Transferencia para o Panama, directamente para a Cidade do Panama onde andei a procura de veleiros que fizessem a travessia entre o Panama e a Colombia. Para minha infelicidade parece que entre Janeiro e Abril o vento e o mar, nas Caraibas, estao mais fortes, pelo que menos capitaes fazem a viagem. Imaginem: cheguei a Cidade do Panama no dia 2 de Janeiro e o proximo barco saia apenas no dia 13, mas mesmo esse ja estava completamente esgotado. Por isso ou ficava pelo menos 10 dias a espera (a passear pelo Panama), a pagar comida e alojamento e depois ainda tinha que pagar o barco o que, actualmente, nao fica por menos de 350 dolares (o que, com mais 10 ou 15 dias de espera subia a fasquia para os 500 dolares), ou entao, fazia o que tive que fazer, comprei um voo ate Cartagena - Colombia, por 160 dolares.

Cartagena de Indias. Espectacular. Uma cidade com um centro historico colonial grande, bem cuidado, com um grande ambiente, com muitos bares de salsa. Basicamente foi no centro historico que fiquei e este e muito bonito. E uma cidade muito fotogenica, em que em cada esquina apetece tirar 20 fotografias. Tem tambem muitas pracas e um castelo que vale a pena visitar. Dificil mesmo foi arranjar alojamento! Estava tudo esgotado... Agora e a epoca alta deste lado do mundo. Ate Fevereiro sao as ferias de verao, por isso tudo o que era alojamento estava completamente esgotado.

Depois de Cartagena fui ate Mompox numa epopeia que envolveu apanhar um bus ate ao terminal de autocarros, e dai outro ate (perto de, vim eu a descobrir mais tarde) Manguegue. Saimos ao pe de um rio e dai tivemos que atravessar numa lancha ate Manguegue, que ficava a uns 20 minutos. Depois tive que apanhar um taxi colectivo (exactamente, um taxi, com os seus 4 passageiros, e a bagagem onde e como couber - principalmente atada da parte de fora da mala do carro) ate El Puente e porque? Porque (acho que nao foi noticiado em Portugal, mas) com as chuvadas que cairam por volta de Novembro (e que afectaram principalmente a Colombia, Costa Rica e Panama), a ponte caiu. Ja estavam a construir uma nova, mas ainda nao estava terminada. Por isso, nova lancha para atravessar o rio e, do outro lado, novo taxi colectivo ate Mompox. Portanto sai por volta das 8h da manha de Cartagena e cheguei por volta das 16h30 a Mompox. Nao esta mal...

Mompox e uma vilazita muito calma, onde o passatempo preferido e baloicar nas cadeiras de baloico, ao fim de tarde. Confesso que tambem eu experimentei e realmente, ficar a olhar para o rio a passar vagaroso, com a selva em pano de fundo e a lua cheia a subir no ceu, consegue ser bastante relaxante. Vila de estilo colonial, com cerca de 8 igrejas, Mompox foi em tempos um importante ponto de comercio. No entanto, diz o povo, que o actual alcaide nao tem sabido investir bem o dinheiro que chega e por isso nos ultimos anos viu perder parte da sua beleza.

Depois de Mompox, nova maratona para chegar ate Merida, Venezuela. Apanhar um taxi colectivo as 10h da manha que, desta vez, assumia a forma de uma pick-up, e ir a acelerar por estradas esburacadas e sem alcatrao ate chegar-mos a El Banco. No caminho ainda tivemos que apanhar um ferry para atravessar um rio. Chegada a El Banco cerca das 13h com uma apreciavel camada de po em cima! Esperar ate cerca das 15h30 pelo autocarro que me iria levar ate Cucuta, a cidade fronteira com a Venezuela. Desta parte so registo que, entre as minhas sonecas intermitentes, houve uma vez em que acordo com um certo desconforto, seriam umas 23h. Olho pela janela que estava molhada: tinha estado a chover, mas ja tinha parado. Passo a mao pela perna e vejo que estava toda molhada. Parece que os parafusos que seguram as cortinas do autocarro ao tecto nao vedam muito bem e estava uma goteira em cima de mim. Mesmo tendo parado de chover, ainda consegui apanhar com mais algumas gotas. Apercebi-me que outros passageiros tambem sofriam do mesmo mal. Enquanto isso, do lado de fora da janela, no meio da noite iluminada apenas pelos vestigios dos farois e pela lua cheia, conseguia notar o precipicio que se deparava a alguns centimetros do meu lado esquerdo. Numa estrada de terra batida em que o alcatrao tinha sido lavado, a passar por pontes estreitas em curvas que, por vezes, o autocarro tinha que fazer marcha-atras para poder continuar, com bastantes buracos que faziam o autocarro balancar de um lado para o outro na estrada... acreditem que ja tive viajens mais tranquilas. Finalmente la chegamos ao terminal de autocarros de Cucuta, cerca das 4h da manha. Um apontamento sobre a Colombia. Ao contrario do que pensava, nao tive qualquer problema com inseguranca e nos sitios onde fiquei, apenas Cartagena e Mompox, era tudo muito tranquilo. Ok, e preciso ter cuidado especialmente a andar a noite, ha que ser esperto, mas mesmo assim, foi bastante pacifico. Confesso que, hoje em dia, o problema da inseguranca e mais fama (relacionado com as FARC e os paramilitares) do que proveito. Mesmo os colombianos referem que ha 5 anos era impensavel ir para certas zonas, ou andar nas estradas a noite, e que agora ja se pode fazer. Mesmo o famoso Hiato de Darien comeca a parecer algo transitavel nos dias que correm (embora eu nao tivesse muita vontade de experimentar). Pena nao ter programado ficar mais tempo na Colombia. Valia a pena conhecer um pouco mais e melhor o pais principalmente a costa na direcao da Venezuela e a estrada que passa por Bogota e que liga ao Equador. Continuando: estou em Cucuta, troco o meu dinheiro. E apanho um autocarro que me deixe junto a fronteira para carimbar o passaporte.

Nota para quem viaja para a Venezuela: o cambio e pessimo. Ha um sistema de cambio oficial, estipulado pelo Estado em que o dolar vale pouco mais do que 2 mil bolivares - Bol. (ou 2 bolivares fortes - Bol.F., e o mesmo). Este cambio e o que se obtem ao cambiar, oficialmente, dinheiro nas casas de cambio, bancos, ou ao levantar dinheiro num ATM. A alternativa: mercado negro, onde o dolar pode valer cerca de 5 Bol.F., mais do dobro portanto. Por isso mais vale levar dinheiro e trocar na rua.

Carimbar passaporte, atravessar a pe a ponte que separa os dois paises, carimbar no lado venezuelano em San Antonio de Tachira e como daqui os autocarros que vao para Merida saem so as 15h, e eram cerca das 10h, o melhor que tenho a fazer e apanhar um autocarro para San Cristobal e daqui outro para Merida. Chego a Merida por volta das 16h00. Resumindo: Mompox - Merida em cerca de 30 horas.... esta a ficar melhor!

Entretanto estou em Merida e ja estive a dar uma volta pela cidade. Fui a uma padaria de um portugues e ao contrario do que um casal de brasilerios me tinha dito, nao achei nada de especial. Depois fui a uma geladaria, tambem de um portugues, que tem o record do guiness com maior numero de sabores de gelados, mais de 900. Comi 4: milho doce, sangria, gengibre e queijo e experimentei outros 4: miss venezuela, mantecado, salmao e feijao preto. Mnham mnham. No caso de alguem estar interessado, o senhor abriu com um filho uma geladaria semelhante em Portugal, em Santa Maria da Feira, chama-se Coromoto. O meu final de tarde foi a falar de politica, em como a grande maioria dos venezuelanos estao descontentes com o Hugo Chavez, em como ele esta a dar cabo do turismo e do pais, em como enganou o povo, e em como vai tentar arranjar maneira de aldrabar o sistema de modo a alterar a constituicao e permitir-se ser reeleito ilimitadamente, mesmo tendo recentemente perdido um referendo que fez sobre este tema.

Andei a pesquisar excursoes para Catatumbo, um interessante fenomeno atmosferico que se manifesta na presenca de raios e relampagos, sem trovoes. Fica ao vosso criterio pesquisar mais sobre isso. E tambem para ir ate ao Salto del Angel, as maiores quedas de agua do mundo, com quase 1km de altura. O que se passa e que tanto para um como para o outro, a melhor alturas para visitar e na epoca das chuvas e neste momento o verao ja comecou a cerca de um mes, por isso mesmo as cataratas, nao teem um caudal significativo de agua e o rio ate la chegar e mais pedra do que agua (o que significa subir a pe e nao de barco)...

1 comentário:

  1. Apraz-me ver que ainda estás vivo. Vou tentar responder ao teu email rapidinho!

    Que história é essa de planeamento de viagem? Que isso? Nao passar mais tempo na Colombia por causa do teu "planeamento de viagem"...tem juízo Kiko...que pecado...não sejas prisioneiro dos teus planos! Vive...aproveita...a Colombia está está no meu itenerário...é um dos lugares do mundo que estou a morrer para conhecer :)

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